domingo, 2 de agosto de 2015

Sobre nós, laços e fitas.

Queria entender e falar sobre nós, mas me vejo embaraçada aos nós que desatávamos juntos quando os dias ainda amanheciam claros. Aqueles mesmos nós que reatamos ao desfazer-nos de nós. Nós atados e reatados de nós dois. Antes, nós apertados, que feriam a pele, desmanchamos. Nós apertados, que davam segurança, estreitamos. Depois, nós apertados - numa cama ou num poema - que nos amávamos, nos separamos. Queria entender e falar sobre laços, mas me vi presa em meio aos nós que ocuparam seus lugares. Alguns laços, quando se soltam, viram nós e aí perdem a beleza e se tornam só amarras. Assim como nós. Dois. Laços que deixaram de ser suaves e gentis e passaram a ser ríspidos e ásperos. Laços que se tornaram para nós incômodos nós. Dois. Se há mesmo, "pra cada adeus, um nó", eis, então, os nossos: o adeus e o(s) nó(s). Os nós nem sempre deixam de existir mesmo que os adeus sejam imprescindíveis. Os nós, que outrora foram laços, hoje carecem ser fitas. Agora, eu corto a minha, reinauguro, abro com um espaço reformado e dou inicio à nova estação pessoal.